Marcel Barretto conquista fácil, fácil, na primeira audição. O cantor passou um tempo no Rio de Janeiro e agora se dedica à pré-produção de seu primeiro disco solo. Cresceu com mãe musicista, trabalhou com grandes nomes da música paraense e vem de uma mistura de ritmos e artes diversas. O resultado desse mix todo? Vocês conferem nessa conversa de Karina Menezes com Marcel, sobre a música, as artes, o disco, a mãe...
RRG: Estás em fase de pré-produção do teu
primeiro disco solo. Há quanto tempo começaste a pensar nesse projeto, quando
vamos poder conhecer o resultado desse teu trabalho? Quais as sensações e
impressões que esperas deixar nas pessoas, com teu primeiro álbum?
MB: Sempre compus muito em todos os
projetos que estive, mas durante a estadia e experiência que peguei no Rio de
Janeiro, decidi despejar as energias no meu projeto solo, fazendo as músicas
exatamente do jeito que eu gostaria e tocar o que me agrada. Quero deixar nas
pessoas a ideia que música paraense não é apenas um ritmo ou timbre. Não tenho
uma pegada muito regional, uso muitas linhas simples de guitarra, batidas
eletrônicas e letras simples de amor. Não tem muita influência de caribe,
merengue, guitarrada e tal. Não que eu não curta, mas o trabalho que leva meu
nome tem que me agradar 100%. E eu só componho e gravo o que gosto. Não procuro
fazer parte de um grupo de artistas preocupados em atender a demanda de
novidades musicais nacionais, ainda mais agora que o Pará esta em evidência. Tá
todo mundo brega, guitarreiro, mestre de alguma coisa, enfim... Minhas músicas
saem de violão e voz, e não tem muito mistério. Então, nesse primeiro CD, eu
quero misturar essa simplicidade das canções de poucas notas com funk,
eletrônico, metais, percussão e muita guitarra. Estou com uma equipe ótima e
estamos ansiosos pra começar a gravar o CD valendo!
RRG: Falando em disco, tu assinaste a arte
do álbum do Juca Culatra & os Piranhas Pretas. Também enveredas por esse
lado das artes visuais?
MB: As artes visuais (por sinal, fui aluno
de artes visuais da Federal, mas larguei) estarão sempre comigo, gosto muito de
desenhar e pensar arte. Costumo fazer umas festas pra me manter em movimento e
a maioria delas eu mesmo assino a capa do evento. Festas como Experimental e
Miscelânea, onde conto com a ajuda de Gustavo Moreira; meu tecladista, amigo e
irmão, Dan Bordallo; a banda Enquadro e inúmeros amigos que somam. Pretendo fazer
a arte do meu primeiro CD valendo e, pra isso, vou consultar meu oráculo e
mentor, que se chama Cássio Tavernard. E de lá veremos como vai ser a arte, em
uma reunião com café preto e muitas risadas.
RRG: O som que fazias com o Juca Culatra
era bem diferente do som que fazes agora. Já tocaste com Almirzinho, Tom
Salazar, mandaste ver em um cover do The Cure... Qual a importância desse
intercâmbio entre ritmos pra ti e o que levas pra tua música dele?
MB: O projeto com o Juca era mais reggae e
como o batera, o grande Jr Gurgel, é um ótimo baterista de groove música
brasileira, acabamos fazendo um CD de estilo bem variado, e o que seria reggae
do início ao fim, acabou virando um Brasilsambarockreggaedub. O Juca foi muito
importante pra minha formação musical, pra palco, pra correria, pra paciência,
pra tudo. Depois fiz uns shows com o Teatro Mágico de Osasco, na época que
morei no RJ, que abriu minha cabeça completamente e me fez correr atrás da
minha obra. Com Almirzinho Gabriel e Tom Salazar... Sorte que a experiência que
peguei pelo Brasil me deu condições de ter como somar e ter credibilidade com
esses incríveis artistas que eles são! Amo Almirzinho Gabriel pelo artista,
pessoa e obra. Tom Salazar é um dos guitarristas mais educados de Belém, é
super experiente e sempre atualizado. Um cara muto especial e amado também.
Essa interação com esses artistas é uma grande troca, porque todos somam e
multiplicam pelas pessoas e aristas que são. Procuro sugar o melhor da música e
da personalidade e colocar esses enfeites na minha árvore de Natal.
RRG: Cresceste com uma mãe musicista. Tem
alguma particularidade no teu trabalho que identifiques teres herdado dela?
MB: Minha mãe é tipo a minha evolução de
outra época. Sempre gostei de ouvir as composições dela. As canções, lindas e
simples, o quanto ela domina o violão, a técnica que ela mesma desenvolveu... O
que eu herdei de mais forte foi o gosto pela música de ninar, canção direta e
simples, o lado eletrônico groove e a guitarra, que já veio no pacote comigo.
Sem falar que ela é um grande guru, tanto espiritual quanto musical, vai em
todos os shows, é um grande exemplo pra mim!
quem organizou o Rock Rio Guamá 2011?
ResponderExcluirno teaswr não tem créditos...é importante ter...