segunda-feira, 15 de outubro de 2012

RRG entrevista: Marcel Barretto



Marcel Barretto conquista fácil, fácil, na primeira audição. O cantor passou um tempo no Rio de Janeiro e agora se dedica à pré-produção de seu primeiro disco solo. Cresceu com mãe musicista, trabalhou com grandes nomes da música paraense e vem de uma mistura de ritmos e artes diversas. O resultado desse mix todo? Vocês conferem nessa conversa de Karina Menezes com Marcel, sobre a música, as artes, o disco, a mãe...


RRG: Estás em fase de pré-produção do teu primeiro disco solo. Há quanto tempo começaste a pensar nesse projeto, quando vamos poder conhecer o resultado desse teu trabalho? Quais as sensações e impressões que esperas deixar nas pessoas, com teu primeiro álbum? 

MB: Sempre compus muito em todos os projetos que estive, mas durante a estadia e experiência que peguei no Rio de Janeiro, decidi despejar as energias no meu projeto solo, fazendo as músicas exatamente do jeito que eu gostaria e tocar o que me agrada. Quero deixar nas pessoas a ideia que música paraense não é apenas um ritmo ou timbre. Não tenho uma pegada muito regional, uso muitas linhas simples de guitarra, batidas eletrônicas e letras simples de amor. Não tem muita influência de caribe, merengue, guitarrada e tal. Não que eu não curta, mas o trabalho que leva meu nome tem que me agradar 100%. E eu só componho e gravo o que gosto. Não procuro fazer parte de um grupo de artistas preocupados em atender a demanda de novidades musicais nacionais, ainda mais agora que o Pará esta em evidência. Tá todo mundo brega, guitarreiro, mestre de alguma coisa, enfim... Minhas músicas saem de violão e voz, e não tem muito mistério. Então, nesse primeiro CD, eu quero misturar essa simplicidade das canções de poucas notas com funk, eletrônico, metais, percussão e muita guitarra. Estou com uma equipe ótima e estamos ansiosos pra começar a gravar o CD valendo! 


RRG: Falando em disco, tu assinaste a arte do álbum do Juca Culatra & os Piranhas Pretas. Também enveredas por esse lado das artes visuais?

MB: As artes visuais (por sinal, fui aluno de artes visuais da Federal, mas larguei) estarão sempre comigo, gosto muito de desenhar e pensar arte. Costumo fazer umas festas pra me manter em movimento e a maioria delas eu mesmo assino a capa do evento. Festas como Experimental e Miscelânea, onde conto com a ajuda de Gustavo Moreira; meu tecladista, amigo e irmão, Dan Bordallo; a banda Enquadro e inúmeros amigos que somam. Pretendo fazer a arte do meu primeiro CD valendo e, pra isso, vou consultar meu oráculo e mentor, que se chama Cássio Tavernard. E de lá veremos como vai ser a arte, em uma reunião com café preto e muitas risadas.


RRG: O som que fazias com o Juca Culatra era bem diferente do som que fazes agora. Já tocaste com Almirzinho, Tom Salazar, mandaste ver em um cover do The Cure... Qual a importância desse intercâmbio entre ritmos pra ti e o que levas pra tua música dele?

MB: O projeto com o Juca era mais reggae e como o batera, o grande Jr Gurgel, é um ótimo baterista de groove música brasileira, acabamos fazendo um CD de estilo bem variado, e o que seria reggae do início ao fim, acabou virando um Brasilsambarockreggaedub. O Juca foi muito importante pra minha formação musical, pra palco, pra correria, pra paciência, pra tudo. Depois fiz uns shows com o Teatro Mágico de Osasco, na época que morei no RJ, que abriu minha cabeça completamente e me fez correr atrás da minha obra. Com Almirzinho Gabriel e Tom Salazar... Sorte que a experiência que peguei pelo Brasil me deu condições de ter como somar e ter credibilidade com esses incríveis artistas que eles são! Amo Almirzinho Gabriel pelo artista, pessoa e obra. Tom Salazar é um dos guitarristas mais educados de Belém, é super experiente e sempre atualizado. Um cara muto especial e amado também. Essa interação com esses artistas é uma grande troca, porque todos somam e multiplicam pelas pessoas e aristas que são. Procuro sugar o melhor da música e da personalidade e colocar esses enfeites na minha árvore de Natal.  


RRG: Cresceste com uma mãe musicista. Tem alguma particularidade no teu trabalho que identifiques teres herdado dela?

MB: Minha mãe é tipo a minha evolução de outra época. Sempre gostei de ouvir as composições dela. As canções, lindas e simples, o quanto ela domina o violão, a técnica que ela mesma desenvolveu... O que eu herdei de mais forte foi o gosto pela música de ninar, canção direta e simples,  o lado eletrônico groove e a guitarra, que já veio no pacote comigo. Sem falar que ela é um grande guru, tanto espiritual quanto musical, vai em todos os shows, é um grande exemplo pra mim!


Escuta o Marcel Barretto no SoundCloud 

 
 
 






Um comentário:

  1. quem organizou o Rock Rio Guamá 2011?
    no teaswr não tem créditos...é importante ter...

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