João Lemos (vocal e
guitarra), Raony Pinheiro (baixo) e Augusto Oliveira (bateria). Juntamos a esse
trio os riffs cativantes e as letras engraçadas e temos a Molho Negro, banda que
nasceu em 2011, no fundo das garagens da Amazônia. A banda já carrega nas
costas um EP, tour pelo nordeste, participação em diversos festivais e muitos
fãs. João Lemos responde Karina Menezes, do Rock Rio Guamá:
RRG:
Faz um tempinho que vocês voltaram de uma turnê pelo Nordeste. O que vocês
viram de mais legal na música por lá e que vocês recomendam? E o que vocês
trouxeram de novo na bagagem do Molho?
MN: A
cena do nordeste é bem roqueira e gosta bastante de guitarra, que nem a gente
aqui no norte. A gente recomenda Red Boots, Camarones, Kung Fu Johnny, Monster
Coyote, Calistoga e Far From Alaska, pra quem gosta de ver o circo pegar fogo.
Mas também tem Simona Talma e Khrystal, pra dar uma acalmada. Aproveitamos a
passagem e o aprendizado e gravamos um material novo por lá, que esse mês ainda
tá no ar pra galera.
RRG:
A música paraense é a nova menina dos olhos da mídia e tem exportado muitos
artistas (vide O Globo, coluna do Regis Tadeu no Yahoo, o Terruá). O que fazer
pra não deixar acabar por aí? Como reverter essa visibilidade em ações que
tragam resultados a longo prazo pra nossa música e pros nossos artistas, mesmo
pra quem não esteja se beneficiando diretamente desse momento?
MN: Muitas
coisas. Acho que o principal é evitar se deixar levar somente pelo hype. Uma
cena sólida se constrói no dia a dia, durante anos, independente de ter muito
incentivo estatal ou não, fortalecendo a confiança nos nossos artistas e no
nosso potencial como escoador de cultura. Acho que a coisa pode andar com as
próprias pernas, pra sempre.
RRG:
Vocês cativam muito e de primeira, por fazerem o tal do rock simples, puro,
objetivo e sem firula. Muitas bandas não conseguem ter essa empatia quase
imediata com o público. Tá sobrando vontade de fazer firula e faltando vontade
de fazer música por aí?
RRG:
Em entrevista ao Grito Rock Belém, esse ano, o Molho falou sobre a melhora na
estrutura do cenário musical independente e a superlotação de bandas e artistas
nesse cenário. Essa explosão de estilos, cenas e interesses não pode, de certa
forma, ser um obstáculo pra consolidação de um cenário musical independente
mais unido pela busca de incentivos?
Confiram a participação da Molho Negro no DosolTV Sessions, resultado da passagem que a banda fez pelo nordeste:
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