terça-feira, 9 de outubro de 2012

RRG entrevista: Molho Negro







João Lemos (vocal e guitarra), Raony Pinheiro (baixo) e Augusto Oliveira (bateria). Juntamos a esse trio os riffs cativantes e as letras engraçadas e temos a Molho Negro, banda que nasceu em 2011, no fundo das garagens da Amazônia. A banda já carrega nas costas um EP, tour pelo nordeste, participação em diversos festivais e muitos fãs. João Lemos responde Karina Menezes, do Rock Rio Guamá: 

RRG: Faz um tempinho que vocês voltaram de uma turnê pelo Nordeste. O que vocês viram de mais legal na música por lá e que vocês recomendam? E o que vocês trouxeram de novo na bagagem do Molho?

MN: A cena do nordeste é bem roqueira e gosta bastante de guitarra, que nem a gente aqui no norte. A gente recomenda Red Boots, Camarones, Kung Fu Johnny, Monster Coyote, Calistoga e Far From Alaska, pra quem gosta de ver o circo pegar fogo. Mas também tem Simona Talma e Khrystal, pra dar uma acalmada. Aproveitamos a passagem e o aprendizado e gravamos um material novo por lá, que esse mês ainda tá no ar pra galera. 

RRG: A música paraense é a nova menina dos olhos da mídia e tem exportado muitos artistas (vide O Globo, coluna do Regis Tadeu no Yahoo, o Terruá). O que fazer pra não deixar acabar por aí? Como reverter essa visibilidade em ações que tragam resultados a longo prazo pra nossa música e pros nossos artistas, mesmo pra quem não esteja se beneficiando diretamente desse momento? 

MN: Muitas coisas. Acho que o principal é evitar se deixar levar somente pelo hype. Uma cena sólida se constrói no dia a dia, durante anos, independente de ter muito incentivo estatal ou não, fortalecendo a confiança nos nossos artistas e no nosso potencial como escoador de cultura. Acho que a coisa pode andar com as próprias pernas, pra sempre.

RRG: Vocês cativam muito e de primeira, por fazerem o tal do rock simples, puro, objetivo e sem firula. Muitas bandas não conseguem ter essa empatia quase imediata com o público. Tá sobrando vontade de fazer firula e faltando vontade de fazer música por aí? 

MN: Aí eu já não sei, acho que o Molho tem a sorte de ser divertido, sem fazer papel de palhaço, é rock, dá pra dançar, tirar onda, bater cabeça, falar de sacanagem. E numa festa são coisas importantes, né não?

RRG: Em entrevista ao Grito Rock Belém, esse ano, o Molho falou sobre a melhora na estrutura do cenário musical independente e a superlotação de bandas e artistas nesse cenário. Essa explosão de estilos, cenas e interesses não pode, de certa forma, ser um obstáculo pra consolidação de um cenário musical independente mais unido pela busca de incentivos? 

MN: Não consigo visualizar como obstáculo, mas é um desafio. Hoje, qualquer banda que tenha quatro meses de vida e que se preze, tem que ter EP, foto, perfil em mídia social, clipe e bla bla bla... Essa superlotação costuma fazer o nível subir. Pra se fazer algum barulho hoje, tem que gritar bem mais alto que há 15 anos atrás.

Confiram a participação da Molho Negro no DosolTV Sessions, resultado da passagem que a banda fez pelo nordeste: 


Nenhum comentário:

Postar um comentário